Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


14-10-2011

Feudos Abandonados


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Feudos Abandonados

 

Há tempos que algo em mim morreu e não renasce,

um feudo improdutivo, uma parte deserta

em algum lugar do ser todo coberto

Por brumas enegrecidas... Ah! queria que o sol não

apagasse

A luz dos olhos castanhos que meus olhos admiraram

Enquanto morria, apenas observaram...

Terça parte em mim não mais floresce,

Não mais cria, não mais chora. No peito

O poeta sente árduo efeito

de fumar os próprias mágoas que a vida tece.

E o tresloucado poeta pensa: “é tudo passageiro,

Como as nuvens do céu verdadeiro!''

Oh! Algo faça esse campo germinar e florir,

Ter colibris sorridentes,

As abelhas, os cachorros, em fim, todos os animais

contentes,

Para que seu eterno dono, também volte a sorrir!...

Se para conduzir o amor necessitasse um instrumento

Deveras que eu tocasse sem algum talento

perceptível.

A fumaça que me inebria

É a mãe que me acalenta

E do frio me esquenta,

Minha outra metade é totalmente fria e vazia...

Roberto Lamim é poeta em Itajaí