20-06-2004Camões em Debate Núm 03Nesta edição encontram-se textos que nos falam de Camões ou das paragens por onde o príncipe dos poetas passou. São registros que nos levam 500 anos atrás mas que, também, nos confrontam com os tempos actuais Camões está presente!
Dos amigos leitores esperamos suas opiniões, sugestões e uma participação mais ativa neste espaço que resulta da colaboração voluntária de muitos que acreditam na Pátria da Língua que consolida elos entre povos e culturas
A actualidade de Camões Leonel Cosme
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" - já dizia Camões, face ao "desconcerto do mundo". . Mas dizia mais, que não passa pelos manuais escolares: Fonte: www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3039
Pensar português no BrasilLeonel CosmeSobretudo em períodos de depressão psico-económica, faz bem ao ego lusitano passar ainda que seja só uma semana, a correr, no Brasil mais "histórico" - Salvador da Baía, por exemplo. N.A. Este artigo foi escrito antes do 11 de Março em Madrid e da "guerra" do narcotráfico no Rio de Janeiro. Fonte: www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3166
Mudam-se os tempos, mas não se mudam as vontades Pedro Kaul <pedrokaul> Curitiba Paraná: A viagem a Moçambique, no ano passado(2003) , foi muito boa. Porque fui com muito pouco dinheiro, não pude circular por lá, entretanto, como desejava. O custo de vida lá é bastante alto para nós, brasileiros. Permaneci só em Maputo, participando (quase todos os dias) do VII Congresso de Geoquímica dos Países de Língua Portuguesa, onde apresentei um trabalho técnico sobre a geologia dos maciços graníticos que constituem a Serra do Mar no Paraná e Santa Catarina. Permaneço firmemente com a intenção de retornar - pelo menos mais uma vez ! -, a Moçambique ! Retornar para andar pelo menos um pouco mais pelo país, livremente, como turista, sem estar engajado em nenhum evento. E andar por lá com dinheiro, porque sem este, não dá para fazer quase nada ... As visitas que fiz em locais de Maputo foram muito rápidas. Felizmente, contei com a gentileza e simpatia de uma geóloga moçambicana que me emprestou seu carro (com motorista) para eu conhecer os principais pontos da cidade. Como o Mercado Público, por exemplo, onde comprei algumas esculturas em madeira típicas de Moçambique e onde pude conversar com comerciantes goeses que trabalhavam no local. A propósito, você sabe que há uma expressiva colônia de goeses em Moçambique ? Eu não sabía. Meu coração de lusófilo (lusófilo extremado !), Margarida, continua o mesmo ! Continuo também a colecionar, como lhe falei tempos atrás, textos sobre o passado e o futuro da Língua Portuguesa, e a intenção de elaborar um artigo sobre esse tema permanece de pé. Incentivos como os que você tem me dado são e serão sempre bem vindos. Acredite-me ! Fonte: br.groups.yahoo.com/group/dialogos_lusofonos/message/1194
Em 1999, os Setores de Literatura Portuguesa, Brasileira e Africanas do Departamento de Letras Vernáculas instituíram, na Faculdade de Letras da Universidade Federal, do Rio de Janeiro esta Cátedra como ponto de convergência de uma proposta interdisciplinar que visa à pesquisa e à difusão dos estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros, em seus pontos de interseção e no acolhimento de suas diversidades. O nome para o qual acenamos, Jorge de Sena, representa, a nosso ver, um dos escritores mais importantes na construção de um diálogo vivo entre Portugal, Brasil e África. Fonte: www.catjorgedesena.hpg.ig.com.br/
De como a Personagem Foi Mestre e o Autor Seu Aprendiz O discurso perante a Real Academia Sueca (parte) onde Camões é citado Por JOSÉ SARAMAGO Terça-feira, 8 de Dezembro de 1998
Que outras lições poderia eu receber de um português que viveu no século XVI que compôs as "Rimas" e as glórias, os naufrágios e os desencantos pátrios de "Os Lusíadas", que foi um génio poético absoluto, o maior da nossa literatura, por muito que isso pese a Fernando Pessoa, que a si mesmo se proclamou como o Super-Camões dela? Nenhuma lição que estivesse à minha medida, nenhuma lição que eu fosse capaz de aprender, salvo a mais simples que me poderia ser oferecida pelo homem Luís Vaz de Camões na sua estreme humanidade, por exemplo, a humildade orgulhosa de um autor que vai chamando a todas as portas à procura de quem esteja disposto a publicar-lhe o livro que escreveu, sofrendo por isso o desprezo dos ignorantes de sangue e de casta, a indiferença desdenhosa de um rei e da sua companhia de poderosos, o escárnio com que desde sempre o mundo tem recebido a visita dos poetas, dos visionários e dos loucos. Ao menos uma vez na vida todos os autores tiveram ou terão de ser Luís de Camões, mesmo se não escreverem as redondilhas de "Sôbolos rios"... Entre fidalgos da corte e censores do Santo Ofício, entre os amores de antanho e as desilusões da velhice prematura, entre a dor de escrever e a alegria de ter escrito, foi a este homem doente que regressa pobre da Índia, aonde muitos só iam para enriquecer, foi a este soldado cego de um olho e golpeado na alma, foi a este sedutor sem fortuna que não voltará nunca mais a pertubar os sentidos das damas do paço, que eu pus a viver no palco da peça teatro chamada "Que farei com este livro?", em cujo final ecoa uma outra pergunta, aquela que importa verdadeiramente, aquela que nunca saberemos se alguma vez chegará a ter resposta suficiente: "Que fareis com este livro?". Humildade orgulhosa, foi essa de levar debaixo do braço uma obra-prima e ver-se injustamente enjeitado pelo mundo. Humildade orgulhosa também, e obstinada, esta de querer saber para que irão servir amanhã os livros que andamos a escrever hoje, e logo duvidar que consigam perdurar longamente (até quando?) as razões tranquilizadoras que acaso nos estejam a ser dadas ou que estejamos a dar a nós próprios. Ninguém melhor se engana que quando consente que o enganem os outros... Fonte : educom.fct.unl.pt/proj/por-mares/discurso_nobel98.htm
O tricentenário de Camões Maria Isabel João Algumas comemorações nacionais tiveram uma significativa repercussão no Brasil, mercê das relações históricas existentes entre os dois países e do empenho da importante comunidade portuguesa ali residente. Foi o caso da comemoração do tricentenário da morte de Camões, em 1880. O poeta era considerado um símbolo da nacionalidade portuguesa e um génio que fazia parte do património de toda a humanidade. A sua obra tinha tido uma considerável divulgação entre as elites cultas de diversos países e era reconhecida como um verdadeiro monumento da literatura mundial. Em Portugal, as celebrações foram promovidas por uma comissão da imprensa que agregou personalidades de diversas sensibilidades políticas e partidárias. Contudo, o centenário ficou marcado pelo papel que os republicanos desempenharam na defesa da sua realização e na propaganda do seu ideário. A figura mais destacada foi Teófilo Braga que publicou um conjunto de artigos, no Commercio de Portugal, destinado a publicitar a ideia do centenário, dentro de um quadro ideológico marcado pela influência das concepções positivistas. Mas foi o empenho de Luciano Cordeiro, fundador e secretário perpétuo da Sociedade de Geografia de Lisboa, que viabilizou a organização necessária para se realizarem os festejos. Estes decorreram durante três dias na capital do país e tiveram um eco muito forte em todas as regiões da província, devido à constituição de comissões locais patrocinadas pela imprensa regional. Entre iluminações, música, foguetes, conferências, exposições e espectáculos nos teatros, o ponto alto das comemorações foi o cortejo cívico que percorreu as ruas de Lisboa durante várias horas. O centenário camoniano teve uma repercussão considerável no estrangeiro, em particular nos círculos mais informados e cultos, onde a obra do poeta era muito apreciada. No Brasil, o impacto foi notável e as autoridades oficiais, os intelectuais brasileiros e a comunidade portuguesa promoveram múltiplas iniciativas destinadas a assinalar o dia da sua morte. Não é, evidentemente, possível traçar um quadro exaustivo de todas elas, mas podemos destacar algumas das mais significativas6. Na cidade do Rio de Janeiro, as celebrações foram abertas com a inauguração de uma grande Exposição Camoneana, na Biblioteca Nacional, que reuniu um acervo iconográfico e bibliográfico valioso. O próprio Imperador, D. Pedro II, presidiu à abertura e encerramento do evento. O bibliotecário responsável pela organização da exposição, dr. Benjamin Franklin Ramiz Galvão, na sua breve alocução salientou a universalidade do poeta, "que não cantou só as glorias do patrio ninho, mas uma pagina brilhante da historia da humanidade, que não é thesouro de um seculo, de um povo, de um vate, de uma lingua, mas thesouro de todos os tempos e de todos os lugares"7.
O Gabinete Portuguez de Leitura do Rio de Janeiro foi o responsável pelas realizações mais notáveis. Desde 1878 que a direcção tinha decidido celebrar a memória do épico da forma mais significativa: o lançamento da primeira pedra do futuro edifício destinado a albergar a sua biblioteca e a ser um ponto de reunião e encontro de todos os associados, além de um pólo de divulgação da cultura portuguesa no Brasil. A traça do palácio foi executada pelo arquitecto português Rafael da Silva Castro dentro do estilo neomanuelino então em voga. Para colocar em quatro baldaquinos na fachada, foram encomendadas ao escultor Simões de Almeida as estátuas do Infante D. Henrique, Luís de Camões, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral. As figuras foram concebidas de acordo com os cânones estéticos naturalistas, representando uma idealização dos heróis onde sobressai o porte elevado, a fisionomia grave e uma atitude nobre e serena. A obra só foi inaugurada a 22 de Dezembro de 1888 e, em 1906, um decreto de D. Carlos concedeu-lhe o título de Real8. As festas promovidas pelo Gabinete Portuguez de Leitura continuaram, à noite, com um espectáculo no Teatro de D. Pedro II, onde se reuniram mais de três mil pessoas. No proscénio foi colocado o busto de Camões, do escultor Simões de Almeida, e o pedestal ficou juncado de coroas de flores enviadas por muitas corporações científicas, literárias e artísticas do Brasil. O principal orador foi o escritor e político brasileiro Joaquim Nabuco, grande lutador da causa da abolição da escravatura9. Seguiu-se a recitação de poesias dedicadas a Camões e a representação da peça dramática em um acto do escritor e poeta brasileiro Machado de Assis, Tu, só tu, puro amor, sobre o famoso romance entre Camões e Catarina de Ataíde. O Festival Commemorativo terminou com a execução de vários números musicais, destacando-se o "Hymno Triumphal a Camões", composto pelo maestro brasileiro Carlos Gomes. No campo da divulgação da obra do poeta, que foi uma tónica importante de todo o centenário, o Gabinete Portuguez de Leitura promoveu uma edição de Os Lusíadas, com um prólogo de Ramalho Ortigão e um invulgar retrato de Camões, executado pelo pintor Columbano. Além disso, mandou cunhar uma medalha com o duplo objectivo de comemorar o tricentenário e o assentamento da primeira pedra do novo edifício. No anverso, pode ver-se o busto de Camões de acordo com o retrato seiscentista, mas sem a tradicional coroa de louros. Neste caso, preferiu-se colocá-la a emoldurar o busto do poeta. No dia 13 de Junho, realizou-se na baía do Botafogo uma regata que foi muito concorrida pelo público. Os prémios eram exemplares de Os Lusíadas e medalhas de bronze, que foram distribuídos pelo Imperador. Aliás, a sua participação e a da família real nas principais iniciativas mostra bem o empenho da monarquia brasileira nas comemorações. O narrador destes acontecimentos em Portugal, o republicano Teófilo Braga, refere a propósito que o Imperador se vinha apoiando no "espirito conservador da colónia portugueza"10. À noite, toda a baía apareceu iluminada e numerosas embarcações vogavam, levando a bordo as famílias que queriam observar o espectáculo do fogo de artifício. Ainda no Rio de Janeiro, os positivistas realizaram um sarau literário e artístico no Theatro Gymnasio, a 10 de Junho, onde foram escutados trechos da ópera Guarany, do maestro Carlos Gomes, entre discursos e récitas. A decoração do teatro punha em evidência os princípios ideológicos que presidiam à celebração de Camões e era dominada pela evocação das Civilizações Clássicas, da Renascença e dos Descobrimentos, vistos como factores históricos do "progresso" da Humanidade11. Noutras cidades do Brasil, nomeadamente em São Paulo, também se ficaram a dever à iniciativa dos positivistas brasileiros diversas cerimónias e festejos. O mesmo cunho ideológico esteve presente na festa promovida pelos estudantes brasileiros, no Rio de Janeiro. Os estudantes das Academias reuniram-se na rua do Theatro para uma marcha aux flambeaux que desfilou em duas alas pelas ruas da cidade. Os estudantes levavam balões chineses suspensos em varas, com flâmulas e galhardetes. À frente do cortejo, ia a banda dos Imperiais Marinheiros, em seguida a bandeira da Politécnica e as bandeiras da Humanidade e da Civilização, que tinham servido na véspera para a festa dos positivistas. Um grupo de estudantes carregava em ombros o busto de Camões, colocado sobre um palanquim adornado com flores. Fechavam o préstito as bandas marciais do corpo de polícia e um batalhão de Infantaria. As ruas por onde passou o cortejo foram iluminadas e decoradas para o efeito, e a população acorreu para saudar os estudantes. As celebrações estenderam-se a outras cidades brasileiras, com maior ou menor brilho consoante a disponibilidade e empenho dos organizadores. A comunidade portuguesa mobilizou-se e há notícia de festejos em Pernambuco, Bahia, São Paulo, Porto Alegre, Uruguaiana e outros locais. O jornalismo brasileiro consagrou números especiais e artigos ao centenário, nomeadamente a Revista Brazileira12 e os maiores representantes da imprensa diária. A tónica dos discursos foi colocada, naturalmente, na celebração do poeta e da época gloriosa da história de Portugal que cantou na sua epopeia. Em Portugal, demonstrava-se grande júbilo pela forma como tinha decorrido o centenário no Brasil e irmanavam-se as duas nações, sob a égide de Camões:
"No Brazil e especialmente no Rio de Janeiro, as festas do terceiro centenario de Camões tiveram um brilho excepcional como devia ser tratando-se de honrar a memória d’um genio que falou uma linguagem herdada pelos dois povos, que pertence ás duas nacionalidades, que é filho dos dois paizes pelo espirito pela raça e pelas tradições"13. O Brasil era considerado uma promissora nação que poderia formar os "Estados Unidos do Sul", onde a herança deixada pela colonização portuguesa seria o "vinculo moral" necessário para manter a unidade de tão imenso território14. Teófilo Braga considerava mesmo, nas páginas da revista O Positivismo, que o Brasil era "o rudimento de uma phase nova e futura da nação portugueza"15. Na perspectiva de alguns sectores portugueses, e malgrado as divergências acirradas pelo nacionalismo em ambos os países, o Brasil era visto como um prolongamento de Portugal no Novo Mundo. Fonte: www.instituto-camoes.pt/revista/percursmemo.htm
Camões Dirige-se Aos Seus Contemporâneos, 1961 Manuscrito de Jorge de Sena " Podereis roubar-me tudo: Para o bem ou para o mal o Império está cumprido, falta-nos agora cumprir a Europa. As palavras de Camões vão continuar actuais... Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades CAMÕES (Luiz de ) - CONCEITOS E MAXIMAS / DO POEMA DE /....../ «OS LUSIADAS» / LISBOA / EDITOR-HENRIQUE ZEFERINO / 1888. In 16º {64} P.; Br. A obra que apresentamos foi publicada pelo Livreiro Editor Henrique Zeferino, que quis assim comemorar a Exposição Industrial Portuguesa de Lisboa em 1888. Este trabalho deve-se ao estudo do Professor B. Barreto, baiano, que desejando divulgar os Lusíadas, coleccionou durante alguns anos os conceitos máximos contidos no poema épico « Os Lusíadas ». Esta edição teve uma tiragem apenas de 240 exemplares, sendo este o Nº. 214. Fonte: www.jatellessylva.com/extra%5Cliteraturaportuguesa.html
"O Amor", por Ibn 'Ammâr de Silves
Abû Bakr Muhammad Ibn 'Ammâr era natural da aldeia de Shannabûs ou Shantabûs, na região de Silves, onde nasceu em 1031. Fonte: divulgado por "Murid" <muridinalgharb@y...> "O Amor", por Ibn 'Ammâr de Silves José Garcia Domingues, em "Portugal e o al-Andalus",Biblioteca de Estudos Árabes 2, Hugin-Editores, Lisboa, 1997 br.groups.yahoo.com/group/Al-Andalus-Mozarabismo/message/472
O Fórum Cultural Mundial , que a cidade recebe este mês, tem em sua programação uma convenção global, festival artístico e feira de idéias e oportunidades. O simpósio internacional é o principal evento, como espaço de reflexão sobre as perspectivas culturais e as realidades sociais. O simpósio, explicam os promotores do evento, será uma plataforma aberta para discutir e trocar idéias, experiências e conhecimento estimulados por painéis, discursos, workshops e outras formas de demonstrações intelectuais, políticas e artísticas. Fonte: groups.msn.com/intercambiosinternacionais/
Luís Vaz de Camões No Mundo poucos anos, e cansados
A Pêro Moniz que morreu no mar de Monte Félix, em epitáfio
No Mundo poucos anos, e cansados, Corri terras e mares apartados, Criou-me Portugal na verde e cara Me fez manjar de peixes em ti, bruto
Este soneto é feito, em epitáfio, a Pero Moniz, que morreu no mar do Monte Félix.
Fonte: Hernâni Cidade, Luís de Camões - Lírica, Círculo de Leitores, Lisboa, 1973 texto divulgado por Eduarda F Nunes Fórum Elos
Eventos celebram Dia da Língua PortuguesaDebates sobre literaturae Augusto dos Anjos comemoram o dia de CamõesVerônica Toste
Apesar do feriado de Corpus Christi ter esfriado as comemorações, o Dia da Língua Portuguesa não passará em branco este ano. Em homenagem à data, 10 de junho, o jornalista e poeta Ricardo dos Anjos realizará o evento "Língua portuguesa em debate", do qual participará falando do avô, o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914). O evento será gratuito, aberto ao público e acontecerá às 17h, na União dos Professores Públicos do Estado (UPPE - Rua La Salle, 22 - Centro de Niterói). Além de Ricardo, que fará a palestra "Alguns aspectos da atualidade do poeta Augusto dos Anjos", participarão do evento a doutora em Literatura Comparada Márcia Pessanha e a professora de literatura Maria Ciléia. A presidente da UPPES, Terezinha Machado, explica a importância do tema. "O programa é direcionado a todos os interessados no desenvolvimento do nosso idioma, que deve ser cada vez mais enriquecido, discutido em suas particularidades e preservado de influências estranhas que possam descaracterizá-lo, pondo em risco a sua identidade", ressalta. ExistencialRicardo, que tem 66 anos, assina a autoria de dois livros de poesias, "Após a tragédia" e "Agrolírica", e é fascinado pela obra do avô. "Não sou `expert' ou crítico, mas um neto curioso e muito interessado pela obra poética dele, encerrada no livro `Eu' (1912). Ele era muito preocupado com a existência humana e virava o homem pelo avesso, dissecando-o moral, ética e cientificamente", diz. Ricardo destaca que para o avô, a vida era uma miséria. "Em `Monólogo de sombra', escreveu: `Tenho vocação para a desgraça e um tropismo natural para o infortúnio'. Augusto era um poeta existencial inclassificável. Na palestra, vou pinçar aspectos políticos e sociais da obra dele, que são relevantes até hoje", explica. Apesar de não ter uma produção muito extensa, uma vez que morreu de pneumonia aos 30 anos, o paraibano Augusto dos Anjos é um dos poetas brasileiros mais lidos no País e continua atual. Em 1995, por exemplo, Arnaldo Antunes transformou alguns de seus versos famosos - como "Tome, doutor, essa tesoura/ e corte minha singularíssima pessoa" - na música "Budismo moderno", do CD "Ninguém". Seu poema mais famoso é "Versos íntimos", conhecido principalmente pelos versos "Apedreja essa mão vil que te afaga,/ Escarra nessa boca que te beija!". Dia de CamõesEm 10 de junho de 1580, morria o escritor português Luís Vaz de Camões. A contribuição do autor de "Os Lusíadas" para a consagração do Português Moderno foi tanta que, na data, passou a ser comemorado o Dia da Língua Portuguesa em todos os países lusófonos. Curiosamente, o Brasil tem também um Dia da Língua Nacional (21 de maio) e, em Portugal, a data é ainda mais controversa. Com a entrega do Prêmio Nobel de Literatura a José Saramago em 3 de outubro de 1998 - a primeira vitória de um escritor de língua portuguesa na premiação - os portugueses passaram a comemorar o dia de sua língua também nessa ocasião. Outros eventos também vão prestigiar o Dia de Camões: o Departamento de Letras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj - Rua São Francisco Xavier, 524, 11º andar - Maracanã) celebra a data com um seminário sobre a literatura portuguesa, que se encerra amanhã, das 14h às 18h, enquanto a Academia Brasileira de Filologia comemorará com o Congresso Internacional de Língua Portuguesa, também na Uerj de 19 a 23 de julho. LÍNGUA PORTUGUESA EM DEBATE - Palestra com Ricardo dos Anjos, Maria Ciléia Mafra e Márcia Pessanha. Hoje, às 17h. UPPE (Rua La Salle, 22 - Centro de Niterói). Entrada franca. SEMINÁRIO SUPERIOR DE LITERATURA PORTUGUESA - Palestras sobre literatura portuguesa. De 14 a 18 de junho, das 14h às 18h. Uerj (Rua ao Francisco Xavier, 524, 11º andar - Maracanã). R$ 60. CONGRESSO INTERNACIONAL DE LÍNGUA PORTUGUESA - Debates, conferências e cursos sobre a língua portuguesa. De 19 a 23 de julho, da 10h às 19h. Uerj (Rua ao Francisco Xavier, 524, 11º andar - Maracanã). R$ 70. Poema inédito de Ricardo dos AnjosAntecâmara do espanto Não sei o que primeiro Só sei que habitamos O verso nos sustém Não é bem o espanto Pior, antes do pranto, ------------------------------------------- Tribuna da Imprensa - RJ (17/06/04) Fonte: //www.tribuna.inf.br/bis.asp?bis=cultura02
Fernanda Montenegro apela à promoção da língua portuguesa, “a nossa pátria sem fronteiras” “Falar uma única língua” Fonte: www.oprimeirodejaneiro.pt
Atualizado em 20.06.04 |