25-09-2010Reflexões sobre um Grupo de Estudos Celtas e Germânicos Margarida CastroProcuro sempre partilhar testemunhos de iniciativas que nos possam servir de exemplo. O movimento pela lusofonia não pode ser passivo, isto é, não podemos dizer que somos lusófonos e que promovemos a lusofonia, sem ações, sem estudos! Há muito que acompanho o grupo de Estudos Celtas e Germânicos, do qual é ativo participante o João Lupi (Florianópolis), com quem me correspondo. Digo isto, porque acredito na necessidade de estudarmos os povos, para melhor compreendermos a razão das nossas afinidades e para selecionarmos temas para conversarmos entre nós. Temos algo em comum. Há que acreditar nisto. Os Estudos Celtas e Germânicos , no Brasil, deram origem ao BRATHAIR- http://www.brathair.com/revista/br/index.html, um periódico semestral de Estudos Celtas e Germânicos, que surgiu a partir do desejo de se aprofundarem os estudos sobre as sociedades celtas e germânicas e de discutir com outros pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, temas e pesquisas acerca dos estudos célticos e germânicos. A revista BRATHAIR divulga artigos e resenhas de livros sobre celtas e germanos em português, inglês, francês, alemão, espanhol e italiano - produzidos por profissionais de diversas áreas do conhecimento, a saber: história antiga e medieval, filosofia, filologia, antropologia, arqueologia, literaturas medievais e em línguas celtas, germânicas e latinas.A revista é publicada na Internet, a fim de torná-la acessível a estudiosos e ao público interessado nas culturas celtas e germânicas, ampliando, sobretudo no Brasil, o debate e a produção acadêmicos em tais áreas de pesquisa. A Edição da Revista BRATHAIR tem como responsáveis: Comitê Editorial: Profa. Dra. Adriana Zierer Profa. Dra. Adriene Baron Tacla Prof. Dr. Johnni Langer Profa. Ms. Luciana Campos Prof. Dr. Moisés Romanazzi Tôrres Conselho Editorial: Prof. Dr. Álvaro Bragança Jr., Língua e Literatura Alemã - UFRJ Prof. Dr. Francisco José Silva Gomes, História - UFRJ Prof. Dr. João Lupi, Filosofia - UFSC Profa. Dra. Leila Rodrigues da Silva, História - UFRJ Prof. Dr. Ricardo da Costa, História - UFES Sugiro também que consultem, no endereço da BRATHAIR, os links(Sites) relacionados com estudos sobre Celtas e Germanos. Oferece uma vasta fonte de pesquisa. Um dos temas que despertam grande interesse é o estudo dos celtíberos e o significado de Celtibéria, antepassados dos povos ibéricos. Nossas raízes! Na obra Geografia , de Estrabão, historiador, geógrafo e filósofo grego, escrita originalmente em 17 volumes, que pode ser vista como uma enciclopédia do conhecimento geográfico do início da Era Cristã, encontramos referências sobre os povos celtíberos e os celtas, da realidade da Península Ibérica, antes da conquista romana. Este geógrafo, que na verdade nunca visitou a Ibéria, desenhou o mapa dos seus povos a partir de dados de autores anteriores, correspondentes a períodos históricos distintos. Segundo outros autores antigos, como Heródoto, acredita-se que os Celtas já estariam na na Península Ibérica desde o século V a. C As referências aos celtas pelas fontes antigas, nos leva a creditar que a designação, naquele período, tinha uma acepção genêrica destinada aos habitantes de um espaço ainda mal conhecido. Estarbão confirma isto, na obra Geografia, ao indicar que designações de ripo íberos, celtas, celtíberos ou cestasescitas, eram adotadas por autores antigos para indicar populações que habitavam distintas zonas da ecúmene(conjunto do mundo conhecido por uma cultura), que não eram bem conhecidas, assim como as populações. Assim, a identificação das populações peninsulares, nos leva a refletir que o uso dos termos celtiberos e celtibéria é o resultado da definição de etnias e espaços, destinados a estruturar as áreas peninsulares que estão sendo descobertas e conquistadas. Posteriormente, os relatos e fontes históricas vão sendo reinterpretados pelos autores clássicos de acordo com as transformações político-sociais peninsulares impostas pela política romana. Fontes Consultadas : http://www.brathair.com/revista/numeros/04.02.2004/geografia_celtiberia.pdf
Margarida Castro 19.09.10 |