28-08-2008Uma língua com muitas variantes Margarida Castro!mso]> Margarida Castro * Será que existe um país que se defina por uma só cultura, identidade e língua única? É utópico falarmos num país onde todos se reconheçam numa só cultura? Podemos responder que a cultura nacional é um agregado de culturas regionais diferenciadas - havendo quase sempre uma dominante - e da “concultura” formada pelos traços comuns entre as culturas locais, ou seja, os elos, a vida e a história em comum dos povos que as integram. A cultura nacional brasileira é o resultado de muitas culturas e linguajares regionais. É a unicidade dentro da pluralidade, sabendo à partida que haverá aspectos que não terão influência sobre esta unicidade e ficarão estruturalmente locais ou isolados. A lusofonia , começando pelo Brasil, é rica no vocabulário e nas culturas. Um patrimônio que precisamos descobrir. Os lusitanistas de diversas latitudes tem-se dedicado ao estudo das culturas e variantes da língua portuguesa, incluindo os crioulos e a língua galega. Os encontros dos lusitanistas revelam estas heranças. No 7º Congresso Alemão de Lusitanistas, em 2007, na Universidade de Colônia, Alemanha o acadêmico Augusto Soares da Silva, apresentou o trabalho “Sociolexicologia cognitiva e quantitativa e medição da distância lexical entre o Português Europeu e o Português Brasileiro”, um estudo que registra a riqueza lingüística de uma mesma língua. A participação dos acadêmicos especialistas da língua, nos encontros lusitanistas, motiva-nos à pesquisa nas bibliotecas da bibliografia dos trabalhos apresentados nos encontros de lusitanistas. Nossa língua tem muitas variantes, argumenta o escritor e poeta paulista Jorge Linhaça. Diz Jorge na comunidade diálogos_lusofonos :«Eu sou um eterno curioso e tenho a tendência de preservar os regionalismos dos lugares por onde passo, utilizando esses termos, inclusive em boa parte de minhas poesias.» Concluindo :«Acho " bué fixe" essa diferença de expressões e sotaques existentes neste país continental.» Viajar pelo Brasil, permite-nos o encontro com muitos povos. Enfim, somos os criadores e o produto das culturas lusófonas a que pertencemos. * 08.08.28 |