Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


04-04-2014

A letra e o canto trovadoresco: o Cancioneiro da Biblioteca Nacional


SEMINÁRIO | 9 abril | 18h00 | BNP | Entrada livre Décimo segundo encontro do ciclo de seminários "Um mês, um códice iluminado", iniciativa do Instituto de Estudos Medievais (IEM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) em parceria com a Biblioteca Nacional de Portugal. As cantigas trovadorescas galego-portuguesas são um dos patrimónios mais ricos da Idade Média peninsular. Produzidas durante o período que vai, genericamente, de finais do século XII a meados do século XIV, as cantigas medievais chegaram até nós através de recolhas coletivas conhecidas como Cancioneiros, manuscritos elaborados muito provavelmente a partir de finais do século XIII, ou seja, já numa fase tardia do movimento.
No seu essencial, conhecemos as cantigas através de três manuscritos, cuja génese e o percurso são ainda hoje algo obscuros. O mais antigo, datável de inícios do século XIV (e, portanto, o único que será contemporâneo da última geração de trovadores), é oCancioneiro da Ajuda, rico manuscrito iluminado, mas que é também o mais incompleto, já que contém apenas 310 composições, na sua esmagadora maioria de um único género, a cantiga de amor. Descoberto na biblioteca do Colégio dos Nobres em inícios do século XIX, e hoje guardado na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, trata-se ainda de um manuscrito que ficou manifestamente inacabado, como é muito visível nas suas iluminuras, muitas delas com pintura incompleta ou mesmo com figuras apenas desenhadas. Os outros dois manuscritos, conhecidos como Cancioneiro da Biblioteca Nacional - COD. 10991 (também chamado Cancioneiro Colocci-Brancuti, o mais completo, guardado em Lisboa, na BNP) e Cancioneiro da Vaticana (guardado na Biblioteca Apostólica Vaticana), são manuscritos copiados em Itália, nas primeiras décadas do século XVI, sob as ordens do humanista Angelo Colocci, e a partir de um cancioneiro anterior, muito certamente medieval, hoje desaparecido.
Nesta sessão faremos, pois, uma pequena visita guiada aos dois preciosos Cancioneiros hoje guardados em Portugal, o Cancioneiro da Ajuda e o Cancioneiro da Biblioteca Nacional, discutindo ainda os interessantes problemas que eles colocam à investigação mais recente.

A apresentação estará a cargo de Graça Videira Lopes (FCSH/IEM).

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