Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


28-08-2008

A Ocupação do Brasil M Eduarda Fagundes


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A Ocupação do Brasil

 

M Eduarda Fagundes  *

 

 

Interesses políticos e econômicos associados à hercúlea dificuldade de um tão pequeno número de pessoas ocupar e defender um tão vasto território determinaram que só no século XVII o Brasil fosse totalmente incorporado à Cora Portuguesa.

 

Nos trinta primeiros anos dos 1500, o relacionamento entre indígenas e portugueses limitou-se ao escambo, criação de feitorias, fixação de alguns “lançados” na Terra de Vera Cruz e algumas tentativas de cristianização dos silvícolas pelos padres franciscanos.

 

Com as investidas impetradas pelos corsários e piratas em certas áreas da costa brasileira, D. João III decidiu iniciar a difícil tarefa de colonizar as terras sul-americanas, cristianizando-as pelos jesuítas e tornando-as atrativas e economicamente viáveis dentro do contexto político-geográfico da época.

Inicialmente o rei tentou usando os próprios recursos, mas logo se apercebeu que essa empresa exigia cabedais financeiros e populacionais que ele não possuía, pois já outra área do globo, as Índias, desviava prioridades. Então foi feita a opção de recorrer a particulares (1534), onde estes levantavam por sua conta e risco esforços para a ocupação e defesa da terra. Também não foi o suficiente. As necessidades eram enormes e as disponibilidades precárias para tamanha empresa. Foi quando o rei resolveu em 1548 experimentar a associação da Coroa com particulares, num modelo de posse que surtiu efeito, apesar das muitas falhas e dificuldades.

O isolamento do planalto central,  geograficamente determinado pela serra do Mar que separava a costa do interior, as florestas, o calor e as doenças tropicais, os índios hostis foram as primeiras e grandes barreiras a vencer. Definiu-se que a colonização teria de ser pontual, isto é, começando por áreas  estratégicas. Os portugueses, até aquele momento“como caranguejos, arranhavam ao longo da costa”, não penetrando diretamente para o interior, como fizeram os espanhóis.  

A estratégia do tripé foi a mais efetiva. Na região da Bahia estava o governo Central, a cunha de penetração para o interior era o Planalto de Piratininga (S. Paulo) e a porta de entrada, a baía de Guanabara (Rio de Janeiro), pelos portugueses já estava dominada. O modelo do escambo foi substituído pelo da produção . A cultura da cana de açúcar foi introduzida,  permitindo que o Brasil se integrasse à economia mundial, ávida pelo produto.

Precisava-se de gente especializada e mão de obra para o cultivo e processamento da cana. É a partir daí que começa a ligação Portugal-Brasil-África. Com a importação de madeirenses e escravos viabilizou-se a estrutura econômica açucareira que, principalmente no nordeste, dominada por um pequeno número de ricos senhores de engenho, determinou a formação social colonial brasileira.

 

O Norte,  atingido pelos bandeirantes e alguns imigrante ilhéus, nunca foi efetivamente pelo branco ocupado. Na grande floresta, só nas áreas ribeirinhas aos grandes rios Amazônicos os mestiços se fixaram. 

 

No sudeste e centro oeste a descoberta das minas de ouro,  o garimpo de pedras preciosas e o apresamento de índios abriram rotas e fundaram vilas, determinaram um novo e rico ciclo extrativista da economia no Brasil.

 

No sul as missões jesuíticas, a pesca,  caça à baleia, a criação e comercialização do gado e a agricultura dos ilhéus açorianos  formaram a base inicial da colonização e produção da região. 

 

Apesar das lutas na conquista e ocupação da terra, houve, através da política de miscigenação da Coroa portuguesa, uma certa tolerância e aceitação dos diferentes grupos; o europeu, o índio e o negro. Isso proporcionou ao português sucesso onde outros colonizadores fracassaram. Resolveram o problema da ocupação demográfica, preservando o espaço geográfico brasileiro para outras gerações, viabilizaram a terra para a pecuária e agricultura, com a introdução de gado e plantas, e formaram uma nova sociedade fortemente pluralizada sob todos os aspectos, onde a língua e a marca do europeu, mesmo caldeadas, podem ser facilmente identificadas.

 

Maria Eduarda Fagundes

Uberaba, 28/08/08

 

Ref. Bibliográficas:

 

Imigração e Emigração nas Ilhas (CEHA) Região Autônoma da Madeira

Os Madeirenses na Colonização do Brasil (Maria Licínia Fernandes dos Santos) (CEHA) Região Autônoma da Madeira