Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


21-04-2014

Imigração Portuguesa no Brasil a partir de 1500


Este é o projeto principal que será redirecionado para outros subprojetos, conforme links relacionados à Lista de Concelhos abaixo. Veja as Orientações.Imigração portuguesa no Brasil, ou emigração portuguesa para o Brasil, é o movimento populacional de portugueses para o Brasil. Os portugueses constituíram o segundo grupo que mais povoou o Brasil, atrás apenas dos negros africanos. Durante mais de três séculos de colonização, somada à imigração pós-independência, os portugueses deixaram profundas heranças para a cultura do Brasil e também para a etnicidade do povo brasileiro. Hoje, a maioria dos brasileiros têm alguma ancestralidade portuguesa.Seguido ao descobrimento do Brasil, em 1500, começaram a aportar na região os primeiros colonos portugueses. Porém, foi só no século XVII que a emigração para o Brasil se tornou significativa. Acompanhando a decadência do comércio na Ásia, as atenções da Coroa Portuguesa se voltaram para o Brasil. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração na economia colonial, chegaram à colônia centenas de milhares de colonos. Após a independência, na primeira metade do século XIX, a emigração portuguesa ficou estagnada. Cresceu na segunda metade do século, alcançando seu ápice na primeira metade do século XX, quando chegavam ao Brasil, anualmente, 25 mil portugueses.

Historicamente, os portugueses que partiam para o Brasil eram majoritariamente oriundos da região norte de Portugal. No século XVI, quase metade dos portugueses processados pela Inquisição em Pernambuco e na Bahia eram originários do Minho e 15% de Lisboa. Em 1801, em São Paulo, 45% dos homens portugueses provinham do Minho, 20% dos Açores e 16% de Lisboa. Analisando a origem dos comerciantes portugueses radicados em Minas Gerais no século XVIII, a historiadora Júnia Furtado constatou que 74,4% eram oriundos do Norte português. Iraci del Nero, ao levantar dados sobre a população portuguesa radicada em Vila Rica (atual Ouro Preto), constatou que 68,1% provinha do Norte de Portugal. Analisando a população inventariada em Minas entre 1750 e 1779, Carla Almeida descobriu que 89% dos homens portugueses eram naturais das províncias do norte e 11% provenientes da região central do país e nenhum do sul. Além dos nortenhos, um fluxo notável de colonos provinham das ilhas atlânticas da Madeira e dos Açores.Mais de um século e meio depois, no início do século XX, a imigração portuguesa para o Brasil continuava predominantemente oriunda do Norte português e adjacências, nomeadamente Trás-os-Montes, Minho, Douro Litoral, Beira Alta, Beira Litoral e Estremadura, com oscilações de predominância entre estas regiões ao longo do tempo.

O Noroeste português foi o que mais forneceu imigrantes para o Brasil, em especial o Minho (que corresponde aos atuais distritos de Braga e Viana do Castelo). O Sul de Portugal era dominado por latifúndios e grandes propriedades rurais. No Norte, por sua vez, predominavam pequenas propriedades agrícolas. Portanto, quem não adquiria um pedaço de terra estava fadado à pobreza. Sendo a região do Minho a mais densamente povoada de Portugal, formou com o Brasil-colônia - e sucessivamente com o Brasil Imperial e com a República - uma ampla rede de migrações. Sucessivas gerações de portugueses nascidos no Minho emigraram para o Brasil. Isso servia para se ter um equilíbrio entre a escassez de recursos, o crescimento constante da população e a falta de terras. Assim, famílias minhotas incentivavam a emigração periódica de seus filhos para o Brasil como forma de não sobrecarregar a economia baseada na pequena propriedade rural. Esses portugueses encaminhados para o Brasil tinham um perfil típico: do sexo masculino, bastante jovens, muitos deles quase crianças, enviados para o Brasil pelas mãos de algum parente ou padrinho. Além de ajudar a economia local, a emigração desses jovens para o Brasil também lhes era benéfica para os fazer escapar de "uma existência limitada por padrões de vida numa sociedade empobrecida, mesquinha e conservadora", nas palavras da historiadora Ana Silvia Scott.

Os dados sobre os imigrantes mostram que os trabalhadores agrícolas sem terra formavam o grupo mais numeroso de imigrantes que partiam para o Brasil, correspondendo a 50,3% e a 33,6% dos que chegaram nos anos de 1906 e 1913, respectivamente. Também foi significativa a emigração de proprietários rurais (10,6% em 1906), chegando a 31,7% em 1913. Também foi expressiva a migração de artesões portugueses, correspondendo a 15,8% em 1906 e a 13,8% em 1913. Curioso é que foram poucos os imigrantes que eram comerciantes antes de emigrar, somando apenas 1,7% em 1906 e 1,6% em 1913, embora depois que chegaram ao Brasil, muitos dos portugueses se tornaram comerciantes.


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