01-05-2008A FAMÍLIA Francisco G AmorimA família Uma das causas da queda do Império Romano do Ocidente terá sido a bandalheira e abandono a que foi votada a célula base de qualquer sociedade, a família. Passou a ser chique a homossexualidade, se sempre existiu, alcançou o “status” de ostentação mesmo no senado de Roma, a promiscuidade sexual entre homens e mulheres, casados e solteiros, o adultério pressupondo “li-berdade”, e o alicerce da sociedade ruiu. E a queda do Império Romano, que tinha alcançado esplendores de organi-zação, disciplina, ciência e filosofia, recebidos de gregos, egípcios, palestina, mundo árabe ou extremo oriente, arrastou o chamado mundo ocidental para as trevas que duraram quase mil anos, permitindo que o Islão entretanto apa-recesse e se expandisse vertiginosamente, com o domínio total e absoluto do homem sobre a mulher, que entre a maioria nada mais é do que um objeto de uso, se necessário, descartável. O mundo “ocidental” evoluiu e a mulher se emancipou. Tão grande foi a ganância em se equiparar ao homem que este de repente se viu transfigurado de caçador em caça. Não se vê hoje um filme que, além de carregado de violência e aparatosa ficção, não tenha cenas de sexo mais ou menos explícito e, o que é triste também, é ver garotinhas de 15 ou 17 anos a discutir o sexo como se esti-vessem a falar sobre o seu pseudo futuro de mães, educadoras, responsáveis, garantias de um lar saudável. Desde sempre a história tem mostrado que grandes mudanças no com-portamento das sociedades começam pela alteração da estabilidade das fa-mílias. Falar hoje em família, sobretudo nas classes que “evoluíram” financeira-mente, parece até piada. Gastam-se fortunas para fazer um casamento apa-ratoso, exibir perante os “amigos” como se “está bem de vida”, para ao fim de pouco tempo cada um andar já com novo “namorado”, separação, divórcio e abandono dos filhos. O filho dos outros é um estorvo. A mulher do vizinho ou do amigo é que desperta a libido, assim como o marido da amiga ou o colega de trabalho. O único objetivo desta degradada sociedade é obter dinheiro a qualquer custo e trocar de parceiro sexual o máximo de vezes possível, para se mostrar que, ou é “muito macho” ou “mulher independente”! Mais espaço ocupa na mídia o aquecimento global, a subida no nível dos oceanos, o buraco de ozônio, do que a fome que atinge metade da população mundial, e menos ainda, ou nada, no desmoronar da sociedade. Quem se preocupa com o “outro” se em casa o casal convive para com-partilhar as despesas sem cogitar ou chegar a saber o que é uma família? As verdadeiras, e não precisam ser grandes para isso, são quem mais se aflige com a miséria do mundo. A família, além da genética, são todos os outros que considera irmãos. Não é necessário ser-se cristão. É só preciso que cada um compreenda o que é, em primeiro lugar o respeito por si próprio, e depois, ao mesmo tempo, o respeito pela família e pelos valores que ela representa. No dia em que a mídia acabar de destruir a família... ela acaba também. Virão, antes do aquecimento global e do derretimento dos gelos polares, o desentendimento generalizado. Outra Babel, outras e maiores guerras. Francisco Amorim Divulgado também em: huambino.blogs.sapo.pt/13929.html br.groups.yahoo.com/group/dialogos_lusofonos/ |