14-08-2014Porquê que em Angola, país de muitas línguas, os escritores apenas utilizam o poPlataformas angolanas de aprendizagem de línguas nacionais“Em média, a cada quinze dias desaparece uma língua, e África é o continente mais ameaçado”, apontou o escritor José Eduardo Agualusa num artigo, de 2011, sobre a evolução das línguas em Angola. Mas ao longo do último ano foram criadas várias plataformas online em favor da salvaguarda das línguas nacionais do país. Angola é um país plurilíngue, com seis línguas africanas reconhecidas como nacionais a par do português enquanto língua oficial. Para além disso, estima-se que existam 37 línguas e 50 dialectos em uso no país. O blog Círculo Angolano Intelectual reportou no final de Outubro de 2013, que 30% da população de Angola (cerca de 8,5 milhões de angolanos) “só fala as línguas nacionais que não fazem parte de nenhum programa educacional, social”, acrescentando:isto é mais um dos factores que gera exclusão social.Num artigo [pdf, 2011] de Agualusa, publicado pelo Instituto Cultural de Formação e de Estudo sobre Sociedades Africanas em São Paulo, Casa das Áfricas, o escritor premiado versa sobre “uma proposta de paz” para a coexistência das línguas nacionais e da língua portuguesa (“língua materna versus língua madrasta”), e questiona:Porquê que é que em Angola, país de muitas línguas, os escritores apenas utilizam o português?Procurando contrariar o fenómeno, ao longo do ano de 2013 surgiram várias iniciativas online, criadas por jovens que olham para as tecnologias como um desafio para a promoção e salvaguarda das línguas nacionais.Um projecto ainda em fase inicial que promete fomentar a aprendizagem das línguas nacionais angolanas de uma forma inovadora, sem custos e ao alcance de todos que tenham acesso à internet é o Evalina. Criado em Maio de 2013 por Joel Epalanga, gestor de projectos de tecnologias de informação no sector das telecomunicações, a principal motivação para a criação da plataforma foi a percepção de que há uma lacuna que vários jovens enfrentam no que diz respeito às línguas nacionais. A proposta foi explicada numa entrevista do mentor à revista Jovens da Banda:[para que] os jovens, que hoje em dia gastam boa parte do seu tempo livre na internet, pudessem dedicar algumas horas para aprender um pouco a (sua) língua nacional de preferência.O Evalina consiste numa página de Facebook onde são disseminados conteúdos, estímulos à aprendizagem e lições sobre línguas nacionais. Até à data de publicação deste artigo havia lições de umbundu, a segunda língua mais falada a seguir ao português, e de kimbundo http://www.buala.org/pt/a-ler/plataformas-angolanas-de-aprendizagem-de-linguas-nacionais?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+buala-pt+%28BUALA+%7C+Cultura+Contempor%C3%A2nea+Africana%29&utm_content=FaceBook |