07-12-2007 Português com açúcar Maria Eduarda Fagundes
Maria Eduarda Fagundes *
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!vml]-->O emprego da forma reduzida do gerúndio no português do Brasil e as diferenças na linguagem e forma de falar têm dado discussões sobre o que seria o mais correto, se a forma brasileira ou a portuguesa , que emprega o infinitivo gerundivo.
Do excelente artigo de André Petry . “ Acusando, culpando e errando” retirei alguns trechos que acho poderão dar alguma luz sobre o tema.
“Na História de Portugal de Fernão de Oliveira, autor da primeira gramática da língua portuguesa, aparece 61 vezes o gerúndio dos brasileiros, e nenhuma vez o infinitivo gerundivo dos novos lusitanos
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Os portugueses passaram a usar o infinitivo gerundivo nos fins do século XIX e a aplicação se consolidou na primeira metade do século XX.
Segundo Núbia Mothé (Professora da Universidade Federal do RJ), o português emprega a nova forma mais na língua falada que na escrita e principalmente entre os jovens (até 35 anos). O que significa que em Portugal ou no Brasil usa-se as duas formas. A diferença é que preferimos a antiga e clássica e os portugueses a nova.
Mas também é indiscutível que, em terras brasileiras, o idioma de Portugal ganhou com os africanos e com os outros imigrantes, novas palavras, novas formas de falar.
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Segundo Gilberto Freire em Casa Grande e Senzala, a negra africana, mãe preta, babá e cozinheira da casa, fez com as palavras o mesmo que com a comida, machucou-as, tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas moles. Daí esse português que no norte de Brasil, principalmente, é uma das falas mais doces do mundo.
Mas também Miguel de Una Muno, escritor espanhol dizia que o português é como “o espanhol sem ossos”.
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Depois que as negras amaciaram o nosso idioma com seus dengos e cafunés, com seus quitutes e quindins, todas essas palavras de origem africana Eça de Queirós percebeu e disse que o idioma do Brasil era “português com açúcar”.
Tudo isso são variações, acréscimos e modificações que o tempo e a evolução histórica trouxeram à língua portuguesa e que a ajudam a sobreviver.
* Trechos do Artigo de André Petry: “Acusando, culpando e errando”, editados na revista VEJA em 31 outubro/2007.
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 13/11/07
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