Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


16-01-2003

Grupo História No 1


Coordenação do Grupo : Luís Filipe Maia lfilipe.maia@netcabo.pt

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Resumo dos temas abordados no Grupo História - Fórum Elos , bem como nota do ponto em que se encontra cada uma das abordagens, solicitando que sempre se queiram referir a um desse temas coloquem a referência ao tema proposto.

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Conteúdo nesta Edição

Tema 18- D.Pedro II um ilustre brasileiro

Tema 17- Maurício de Nassau

Tema 16- Escravatura e tráfico de escravos

Tema 14-Judeus, cristãos-novos e a Inquisição

Tema 9- Da neutralidade à Campanha do Rossilhão(1761-1795)

Tema 10- Emigração açoriana para o Brasil

Tema 11-2º Conde Resende (V vice-rei do Brasil)

Tema 12- Dr. João Carneiro Azevedo Maia-O Pai do Municipalismo Brasileiro

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Tema 19-Política Ultramarina do Estado Novo- Portugal
Tema proposto por sugestão de Manuel de Sousa, que a partir do exemplo da invasão da Índia Portuguesa pela União Indiana de Nehru propõe no seu mail, do dia 10 de Janeiro

mas o que é realmente relevante é discutir a validade da
> política portuguesa de então que recusava a discussão de qualquer modelo
> para as "províncias ultramarinas" que não fosse o da sua permanência
dentro
> do espaço nacional, exactamente nos mesmos moldes que qualquer província
da
> metrópole.
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Tema 18-D.Pedro II um ilustre brasileiro
Tema proposto por sugestão de Jeff Jr., que no seu mail de 6 de Janeiro, defende a personalidade do 2º e último Imperador do Brasil., dande destaco

A sua prestigiosa figura inspirava as mais vivas simpatias e o mais profundo respeito. Era um homem corpulento, rosto expressivo, barba comprida, desafetado de maneiras, simples e carinhoso. Liberal por índole, era um estudioso e um erudito, poeta e falava vários Idiomas. Embora o imperador permanecesse imparcial no que dizia respeito às rivalidades entre os diferentes grupos políticos do Brasil, seu uso dos amplos poderes conferidos pela Constituição imperial causou ressentimentos, sobretudo, entre seus oficiais militares, e entre os senhores de escravos. aos quais se negou a conceder privilégios especiais

mantém-se em aberto a resposta a uma questão por mim colocada,

sobre as razões duma transição tão pacífica ao regime republicano.

por outro lado fica ainda por esclarecer a razão extraída da seguinte passagem do seu mail

Em Portugal, foram acolhidos pelo rei D. Carlos, que os foi buscar a bordo do galeão real.

Tentar encontrar as razões para uma recepção tão pouco condigna a D. Pedro II afinal tio do rei D. Carlos de Portugal
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Tema 17-Maurício de Nassau
Tema proposto por Jeff Jr no seu mail de 4 de Janeiro. A figura de Maurício de Nassau como figurante da invasão holandesa no Brasil, colocou em polémica o papel das relacções Portugal-Inglaterra na colonização do Brasil, centrando-se muito no significado do verbo dever

Quanto a Jeff, Portugal não têm nada a dever aos ingleses, por causa do Brasil. Servindo-se desta situação para ilustrar a ajuda que a Inglaterra deu á Holanda, com a de falsos amigos.

Quanta a mim, Portugal deve a manutenção do Brasil á Inglaterra, embora não deva no sentido monetário do termo dado que pagou sempre e bem. Este episódio é colocado não só no âmbito da luta europeia contra a Reforma, mas também pelo facto da dominação espanhola da coroa portuguesa, ter afastado os ingleses do negócio brasileiro.

Esta questão Portugal- Inglaterra irá por certo ter novos capítulos, para se desenvolver

Fica também como muito polémica a afirmação (muito no estilo Jeff)

Essa super "capacidade" administrativa, atribuida ao alemão Maurício de Nassáu, corre por conta do "politicamente correto", do atual Sistema Social.
E dentro do Sistema, o Brasil é "aliado"da Holanda. Logo é importante não hostiliza-los, mesmo que tenham feito algo de prejudicial ao Brasil, digamos, no passado.

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Tema 16-Escravatura e tráfico de escravos
Pelo que me foi dado perceber, esta é uma velha questão, no Grupo elos, anterior até à formação do nosso GH.
Torna-se difícil sintetizar ou destacar algo que tenha sido dito sobre esta matéria tão vasta e complexa, não porque não tenham sido ditas coisas bem interessantes, a dificuldade é a sintese. tentando contudo fazê-lo aqui vai,

. a questão da utilização da mão de obra escrava no Brasil( e em S.Tomé,) foi fundamental para Portugal poder manter o Brasil.
(LMaia)

. a questão da escravatura, horrível vista aos "olhos de hoje", até meados do sec.XvIII, não foi uma QUESTÃO que merecesse sequer ser discutida, na Europa
(LMaia)

.Nos debates sobre colonos e escravos, eu, sinceramente acredito que haviam africanos que eram aliciados por outros colonos escravos, que já estavam ambientados no Brasil. Chegavam na África, de volta, cheios de saúde, contando mil vantagens da vida nova que tinham no Brasil. Ele era a prova viva do que dizia.
Para outros, não seria bom tentar ??.
Até porque poderiam ser aprisionados pelas armas, e levados a força (Jeff Jr.)

.O primeiro país do mundo europeu a abolir a escravatura foi a Dinamarca, em 1792. Seguiram-se os ingleses em 1807 e os americanos em 1808. Em 1815, Portugal iniciou a abolição da escravatura no Brasil (através de um tratado assinado com os ingleses que restringia o comércio esclavagista a sul do equador) e a França em 1818. O que os brasileiros não sabem ou não querem saber, é que depois da Declaração de Independência de 1822, a escravatura foi reafirmada no Brasil através do golpe de 1823 que fez deportar o liberal-democrata José Bonifácio e que validou a primeira Constituição Brasileira. O Brasil veio a abolir a escravatura só em 1888, sendo um dos últimos (senão o último) país a fazê-lo. Portugal libertou os seus últimos escravos em 23 de Fevereiro de 1869. Os últimos escravos nos Estados Unidos foram formalmente libertados no fim da Guerra da Secessão (1865).

Os brasileiros independentes foram os últimos a abolir a escravatura.
(Orlando Braga)

Pano para mangas como se vê, aliás segundo informação de hoje (Orlando Braga), éste é um dos temas em que Portugal é mais atacado no ensino oficial no Brasil
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Tema 14-Judeus, cristãos-novos e a Inquisição
Tema introduzido pela Margarida Castro no seu mail de 25 de Dezembro, tema igualmente bem vasto, mas que já por aqui o abordámos, merecendo a seguinte sintese :

A influência judaica em Portugal foi muito forte na região da capital
(Lisboa). À medida que a Inquisição aumentava a repressão sobre os
judeus, muitos dos que ficaram em Portugal espalharam-se pelo
território, criando pequenas comunidades no interior do País, das quais
ficaram conhecidas as comunidades de Trancoso, de Mirandela e de
Belmonte, entre outras. Foi com esta disseminação dos judeus pelo
território português para fugir à Inquisição que fez com que se
misturassem, ao longo de séculos, com as populações locais não judias.
Ao contrário de Espanha, que perseguiu ferozmente os judeus, Portugal
aplicou as regras da Inquisição de uma forma muito mais branda,
permitindo assim que uma grande parte da população judaica se misturasse
com a população cristã, fazendo com que a influência judaica fosse
importante no perfil genético e cultural do português moderno.(Margarida Castro)


Uma pequena nota prévia, para evitar confusão, uma coisa é a expulsão dos judeus, outra A Inquisição que foi estabelecido em Espanha em 1480 e que se destinava a perseguição e castigo dos judeus convertidos, os cristãos-novos e as suas práticas heréticas.

O dilema era difícil de resolver ou manter-se judeu e ser perseguido por isso (aconteceu já tardiamente aqui na Península só a partir de 1390), ou converter-se e poder vir a caír na malha apertada da Inquisição.

Em 1492 o que está em causa não são os cristãos-novos , mas os judeus é destes que falo quando refiro a expulsão(Luis Maia)
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Tema 9-Da neutralidade à Campanha do Rossilhão(1761-1795)

As dificuldades em obter homens e militares para ocupação territorial, defesa e manutenção das fronteiras coloniais brasileiras e até mesmo da metrópole portuguesa, levaram a Coroa nos séculos XVIII e XIX a buscar nos Açores , terra com excedente populacional, àquela época, gente para tal fim.

O reino e os dirigentes dos Açores concordaram que seria bom para todos que recrutamentos fossem feitos. As ilhas ficariam desanuviadas, os homens ociosos teriam o que fazer e o que comer , e as colônias receberiam novos soldados .
O alistamento foi na maioria das vezes, ao que parece, voluntário. Começou timidamente e foi ganhando, com os anos, proporções maiores a ponto dos governantes das ilhas demonstrarem ao rei suas preocupações quanto à falta de mão-de-obra para a agricultura e ao decréscimo populacional insular, levando dificuldades econômicas para o arquipélago. Fato que sensibilizou a Coroa e fez com que os recrutamentos parassem , por um certo tempo.

A Coroa oferecia aos insulares além de dinheiro( 2.400 réis), vestimentas, e após 8 anos de serviço, eventualmente, poderiam permanecer em terras brasileiras como paisanos. Ou poderiam renovar o serviço militar por mais 8 anos, ao fim dos quais receberiam meio soldo de reforma, ou ainda fariam mais 8 anos de serviço com direito a uma pensão de um soldo e opção de ficar ou não no Brasil .
Muitos saíram , principalmente de São Miguel, ilha de maior contingente populacional e desigualdade social. Só para o Rio de Janeiro, em 1776 foram 890 homens

Ou ainda sobre a emigração cívil

Em 1764, as ilhas, principalmente o Faial teve grandes prejuízos com tempestades que destruíram grande parte das suas plantações. A fome grassou entre muitos ilhéus, que receberam com alívio, a possibilidade da ida para o Brasil, decretada por D. João V, que por sua vez também respondia à solicitação dos governos do sul para que a coroa mandasse homens para ocupar a terra.
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Tema 11-2º Conde Resende (V vice-rei do Brasil)Intenção manifestada pelo JEO Bruno, em analizar o comportamento deta personagem, destaco no seu email :

No entanto, irei pedir um favor seu, no que diz respeito ao assunto supra-
citado, ou melhor, ao ex- Vice-Rei do Brasil D.José Luiz de Castro (2o.
Conde de Resende).

Esclareço que sou natural da cidade de Resende no Estado do Rio de Ja-
neiro (Brasil) e a título de curiosidade, informo que foi este cidadão e mi-
litar português, quem outorgou a elevação da antiga Freguezia de Nossa
Senhora do Campo Alegre da Paraíba Nova à categoria de Vila de Re-
sende em 1801.

No entanto, muito pouco se sabe a respeito deste personagem da época
do Brasil Colônia. O que existe registrado é que tinha uma personalidade
muito forte e até antipática, pois é considerado o verdadeiro carrasco de
Tiradentes, que é o nosso herói e mártir nacional.

Em tempo de "contenção temática" refreei um pouco este tema, não deixando contudo de referir

Acerca do comportamento deste V vice-rei do Brasil e biografia vc têm já imensos dados e outros mais por certo visíveis na Internet pelo que julgo que o que vc me pede é afinal o enquadramento dele visto digamos do lado português, afinal ele era vice-rei e sendo assim a globalidade dos seus pontos de vista refletem a própria política de Lisboa.

Preocupações mais do que muitas, não esqueça as influencias revolucionárias francesas e os temores que a corte vivia do possível "contágio" os ataques constantes franco-espanhois. a independencia dos Estados Unidos e o acordo que está na origem da Inconfidência.

O poder instituído descofia sempre das ideias novas (normalmente com razão diga-se) e vc sabe que ele mandou reabrir a Academia Literária do Rio, mas veio depois outro "papão" o maçonico, outro terror das velhas monarquias e lá volta o novo encerramento, objectivamente por nada mas o Alvarenga era maçon.

Não esqueça que sob o ponto de vista do poder, muitas foram as acções revolucionárias no seu tempo de vice-reinado, com a questão da suposta tendência cisionista no Rio Grande Sul e sobretudo a Incofidência baiana dupla rebelião contra a coroa e contra o governo do Brasil.

Resposta esta que remetia a discussão do tema um pouco mais "para diante", contudo em tempo de abertura temática, quem quiser pode contribuir para este tema
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Tema 12-Dr. João Carneiro Azevedo Maia-O Pai do Municipalismo BrasileiroTema igualmente proposto pelo JEO Bruno, do qual destaco o seguinte

A título de curiosidades , envio um texto elaborado por mim, oportunamente,
pois estamos no limiar das comemorações do centenário de falecimento do ilustre ,jurista, escritor, historiador e resendense, Dr. João de Azevedo Carneiro Maia (1820 - 1902).

Dr. João de Azevedo Carneiro Maia, foi uma das mais destacadas personalidades do
século XIX , e atualmente esquecido pelos seus patrícios e conterrâneos, nas brumas da antimemória que grassa nossa contemporaneidade.

Sua 'obra-prima' foi o seu livro, sobre estudos de administração municipal ,intitulado :
"O Município", publicado em 1883 , tendo alcançado grande repercussão nacional,
do qual possuo uma cópia.

Com o prestigio nacional atingido por esta obra, foi denominado com a alcunha de :
"O Pai do Municipalismo Brasileiro".

Anexando um artigo seu sobre a obra deste municipalista.


Texto elaborada por Luis Maia e Eduarda

Tema da História de Portugal, que pretendia "preparar o conhecimento da situação política envolvente e que pretendia analisar o comportamento de Portugal nesse contexto que viria a culminar com a retirada da família real para o Brasil.
Para já abordagem referia O Pacto de Família Bourbon, como exemplo da manutenção da aliança com a Inglaterra em nome da manutenção do Brasil.

Creio não ter o assunto merecido o menor interesse do GH, não suscitando qualquer tipo de comentário,. Mantém-se em aberto por força da sua ligação com acontecimentos seguintes já acima anunciados e que voltaremos a abordar.
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Tema 10- Emigração açoriana para o Brasil
Texto elaborado por Eduarda

Algumas reflexões desse fenómeno que abrangeram igualmente o recrutamento militar, destaca-se

De Lisboa, a família real, proscrita do Brasil, teria partido para o Porto, hospedando-se num Hotel, segundo historiadores, nem tanto confiáveis, já que eram de sangue real, e portanto seus lugares seriam os castelos, da monarquia portuguesa. Até porque esses próprios historiadores, afirmaram que o rei don Carlos, teria ido recepcioná-los a bordo do navio que os transportaram do Brasil. Foi num quarto desse hotel que teria falecido, a imperatriz D. MariaThereza Cristina , esposa de D.Pedro II. ( repetindo : segundo historiadores, nem tanto confiáveis, ou melhor, pouco confiáveis., )


Tema 19- Política Ultramarina do Estado Novo- Portugal