15-06-2022LIBERDADE A SER SUBORNADA NAS DEMOCRACIAS LIBERAISA Sociedade europeia aberta autossacrifica-se por negar os Padrões éticos que causaram a sua Evolução e Abertura A democracia liberal deixa de oferecer garantias de humanidade e de sustentabilidade ao produzir uma crescente atitude político-social autoritária e uma postura de autodefesa autocrata que se serve de medidas legislativas e burocráticas limitadas a corrigir as desfigurações do sistema. Uma sociedade vital não pode limitar-se a ser defensiva para o exterior e, ao mesmo tempo, destruir os padrões que a definem e lhe dão coerência a nível interior. No início da era digital reconhecíamos nas novas tecnologias de comunicação e informação uma grande potencialidade para democratizar a sociedade e víamos nela a possibilidade de dar também voz aos que não têm voz e, ao mesmo tempo, a possibilidade de moderar e contrabalançar a demasiada influência de elites político-económicas, regimes políticos, hierarquias estatais e privadas na formação da opinião pública e no desenvolvimento da consciência dos povos... Em particular, não há proteção suficiente contra máquinas de filtragem e de censura arbitrária de plataformas de monopólio como Google, Facebook, etc.... Mesmo a posição parlamentar sobre o #DigitalServicesAct (DAS) da EU não satisfaz os direitos fundamentais na rede e transmite parte da decisão sobre a liberdade de imprensa e de opinião à direcção do Facebook & Co.... A esperança de que, com a queda da União Soviética, a democracia liberal seria o sistema para o futuro, como anunciava o cientista político Francis Fukuyaman, não se confirma e cada vez deixa mais a desejar... Liberdade é o âmago do desenvolvimento humano e da democracia liberal, mas, numa sociedade aberta de valores meramente abstratos, a elite política reconhece-se incapaz de manter socialmente a sua liberalidade e por isso já procura comprometer empresas privadas globais na tarefa política de controlar a sociedade. Bruxelas tem trabalhado em textos tendentes não só a desconstruir a cultura europeia, mas também a permitir uma maior promiscuidade entre estado e privado no intento de diminuir a liberdade do cidadão para mais facilmente mecanizar e burocratizar a sociedade (a burocratização e a administração devem, ao mesmo tempo, substituir a espiritualidade da sociedade) a sociedade. Os nossos tecnocratas decretam já hoje medidas controladoras da personalidade humana que, pouco a pouco, legitimam instalar entre nós o modelo chinês que concebe o cidadão apenas em termos de funcionalidade dentro da máquina estatal!... Observa-se na sociedade ocidental a tendência para se insistir na liberdade da heteronomia e por outro lado numa intervenção cada vez mais directa do Estado contra a autonomia e contra a liberdade do cidadão assumir responsabilidade pessoal... Naturalmente também há notícias construídas, fotos manipuladas, etc. e tudo isso vem complicar a situação, mas há que estar atento a uma paulatina chinesação dos aparelhos do Estado.... Por este andar chegaremos a um tempo em que o cartão do banco inutilizará o cartão do cidadão. O controlo generalizado em via e a censura são males, venham eles donde vierem... Uma limitação de liberdade pelo governo só seria justificável se ocasionalmente limitada no tempo, mas tem de estar sempre sob a pressão crítica de ter de se justificar perante o cidadão... A gravidade da situação em que nos encontramos (medidas Corona e propaganda em relação à Rússia-Ucrânia, etc.) conduz a posições extremistas e motiva conservadores a defenderem medidas estatais drásticas e move também os progressistas a defenderem a limitação da liberdade individual e civil como preço a ser pago para se conseguir progresso ou uma reconstrução social no sentido socialista.... Sem abandonarmos a polis teremos de reconhecer a natureza (família, aldeia e regionalismo), como lugar de vida autêntica e de orientação, doutro modo, o globalismo mecanicista, servido por democracias liberais, terá como consequência lógica a criação de governos autoritários servidos por oligarcas. António da Cunha Duarte Justo Teólogo e Pedagogo Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7593
VIAJAR POR TODA A ALEMANHA COM UM BILHETE MENSAL DE 9€ POR MÊS
A fim de aliviar os consumidores e os trabalhadores, há uma taxa fixa nacional de 9 euros para o passe mensal dos transportes públicos locais e regionais, válido em todo o país! O bilhete custa nove euros por mês. Este benefício especial tem uma duração limitada a três meses e vai de 1 de Junho até 31 de Agosto. É válido para todos os autocarros, metros, comboios suburbanos e eléctricos regulares, bem como para comboios locais e regionais de 2ª classe. Todos podem viajar por toda a Alemanha! O 9-Euro-Ticket é pessoal e válido apenas para a pessoa especificada que o compra. De acordo com estimativas da Associação das Empresas Alemãs de Transportes (VDV), cerca de 30 milhões de pessoas por mês irão utilizar o 9-Euro-Ticket. Com esta medida, o governo pretende mudar o comportamento das pessoas nos seus hábitos de mobilidade; este incentivo visa fazer com que as pessoas passem a usar menos o automóvel e se habituem ao uso do comboio (transportes públicos ecológicos); seria um grande contributo em benefício do clima porque haveria menos emissões de CO2. Se esta iniciativa tiver os efeitos desejados, as autoridades regionais terão de expandir as infra-estruturas e fornecer veículos adicionais. Quem mais beneficiará, para já, desta medida são os turistas! António da Cunha Duarte Justo Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7588
A REDUÇÃO ALEMÃ DO IMPOSTO SOBRE OS COMBUSTÍVEIS É SUBORNADA PELAS GRANDES EMPRESAS PETROLÍFERAS
Depois de muita discussão na sociedade, o Governo em Berlim viu aprovada pelo Bundestag a sua proposta de redução fiscal de 35,2 cêntimos por litro de gasolina e 16,7 cêntimos por litro de gasóleo, por um período de três meses, a partir de um de junho. Essa medida está a revelar-se como, em parte, falhada porque as bombas da gasolina viram baixados os preços apenas nos primeiros dois ou três dias seguidos à redução do imposto mas, logo de seguida, os combustíveis foram, praticamente, elevados para os preços praticados anteriormente. A redução do IVA, estimada em 3 mil milhões de euros, não vai aliviar a população nem a economia de mercado, porque o desconto não vai para o consumidor final mas sim adicionar os lucros das companhias petrolíferas... A Itália para corrigir o abuso das empresas determinou um imposto extra sobre os lucros em excesso das gasolineiras desde Março. Esta medida pode trazer aos cofres do Estado 10 mil milhões de euros. Dizem entendidos que também essa medida se revela insuficiente porque quem tem depois de pagar os novos encarecimentos dos combustíveis, consequentes dessa medida, será o consumidor! Já pouco depois do ataque de Putin à Ucrânia, a Shell, Aral e outras empresas de combustíveis aumentaram exageradamente os preços nas estações de serviço, embora o petróleo não fosse muito mais caro naquela altura! O seu abuso trouxe-lhes milhares de milhões em lucros adicionais. As grandes empresas aproveitam-se da guerra e arrecadam lucros dela. Os consumidores assistem a uma carestia de vida como não há memória e o governo vê-se impotente para dominar a ganância das multinacionais que optimam os seus lucros com as dificuldades e o sofrimento dos povos. O povo anda distraído num tempo que, por isso, se torna proveitoso para grupos ou nações sem escrúpulo! António da Cunha Duarte Justo Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7590
DIA DE PORTUGAL – NAS PEGADAS DE PORTUGAL .... Em “Viagens na minha Terra”, Garrett faz uma descrição modelo da situação e dos problemas do Portugal de sempre. Nos protagonistas da narrativa, Carlos, símbolo dos progressistas e Joaninha, símbolo dos tradicionalistas, temos uma boa diagnose aplicável à actualidade sobre a situação dos partidos e da cultura portuguesa num Portugal que teima ser irreconciliável consigo mesmo. O romantismo liberal inicial de Garrett e Herculano, tal como, depois, o de Antero de Quental procuram aportuguesar o liberalismo (masculino) e o socialismo político importado (inicialmente bravio depois oportunamente acomodado) e dar-lhe uma perspectiva lusitana (feminina). Constatam o falhanço do projecto de liberalizar e democratizar Portugal. Portugal falha pelas mesmas razões que Carlos e Joaninha falharam... O desenrolar da democracia do 25 de Abril parece seguir os mesmos passos encontrando-se já na fase da “desistência cívica” ... ... O protagonista Carlos, de “Viagens na minha Terra”, símbolo de Portugal do progresso abandona a província (Santarém) e assim enjeita Joaninha (cultura tipicamente portuguesa) incompatibilizado, ao mesmo tempo, com Frei Dinis (antigo regime) e vai à procura de novos ideais para a cidade (liberalismo) envolvendo-se nas lutas liberais (conflitos entre socialistas e conservadores). Neste novo espaço transforma-se e conhece, entre outros bens, a cor da luz dos olhos da Georgina e da Soledade (os belos corpos duma modernidade que permanece alheia). Depois de desenganos e frustrações volta a Santarém (cultura tradicional nacional) mas aí sente-se já estranho; tinha-se mudado e a mudança tinha sido tão radical que já não comportava a integração da memória no seu ser. Entretanto foi-lhe revelado que era filho do padre Dinis (um sinal talvez de que deveria reconciliar a tradição com o progresso ideológico, o pólo masculino com o pólo feminino da nação). Pelo contrário, desiludido da ideologia e da terra, que já na pode amar porque a ideologia e os bens o tinham desnaturado, volta à cidade e faz-se barão. Declara-se perdido. Joaninha enlouquece e falece... Esta tem sido a perspectiva dum Portugal insatisfeito fatalmente irreconciliável consigo mesmo. Em Carlos podemos ver a masculinidade portuguesa infiel e homossexual que vive dos bordéis estrangeiros e em Joaninha a feminidade portuguesa fiel mas fechada em si mesma quase lésbica. Este é o problema de Portugal. A sua masculinidade e feminidade não se integram num todo. A luta do saber cínico (Carlos) contra a crença ingénua (Joaninha) conduz, segundo a experiência histórica, a uma portugalidade amorfa e indiferente. Isto conduz àquela “apagada e vil tristeza” dum Portugal não vivido mas com a ilusão de viver que lhe vem da sua divisão num Portugal de alguns tantos eremitas e poetas refugiados, de alguns barões da ceita e dum resto lamuriento... António da Cunha Duarte Justo Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=1335 |