Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


18-03-2022

Campo de refugiados em Lisboa, em 1810,das povoações assoladas pela 3ª invasão francesa, comandada por Massena


 

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Campo de refugiados em Lisboa, em 1810

Em Outubro de 1810, uma multidão de deslocados aflui às portas de Lisboa. Vinham da Estremadura e do Ribatejo, das povoações assoladas pela 3ª invasão francesa, comandada por Massena. O comandante das tropas nacionais, Wellington, ordenara essa deslocação, pretendendo esvaziar as zonas invadidas, atraindo as tropas napoleónicas para as linhas de proteção à capital, as chamadas linhas de Torres.

Em Arroios, onde vivia, o pintor Domingos Sequeira (1768-1837) assistiu ao acontecimento e decidiu representá-lo em gravura. Tinha sido 1º Pintor da Corte e encarregue das pinturas dos palácios e Mafra e Ajuda. Experimentara pessoalmente as consequências da primeira invasão.

A gravura, publicada em 1813, é um testemunho na primeira pessoa de um acontecimento dramático, tumultuoso, o de um campo de refugiados sob vigilância militar. Os soldados controlam as filas que se formam perante os enormes caldeirões com a sopa e os sacos de pão.

Na apresentação da edição dizia-se que é composta por 3 mil figuras. Mas o resultado assenta sobretudo na expressividade da própria multidão.

Vide Carlos Silveira, "Sequeira e a humanidade aflita", in Representações do Povo, coord. de Raquel Henriques da Silva, Museu do Neo-realismo. Vila Franca de Xira, 2021. http://www.museudoneorealismo.pt/


 

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