Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


31-01-2001

Culturas Lusofonas publicadas


Padroeiros de Uberaba
Os padroeiros de Uberaba, desde suas origens, eram Santo Antônio e São Sebastião. Fruto da tradição portuguesa, Santo Antônio era o escolhido da devoção popular. A São Sebastião, guerreiro, se intercedia para proteção contra fome, guerras e doenças, principalmente do gado.
Ainda no século dezenove, uma nova devoção surgiu no antigo Alto da Misericórdia: Nossa Senhora D´ Abadia. Muito rapidamente, para o decorrer do tempo, os fiéis católicos, principalmente a grande parte representada pelos mais sofridos trabalhadores e suas famílias, passaram a recorrer à sua intercessão para amenizar as aflições do cotidiano.
De veneração do dia a dia, a padroeira da maior festa religiosa, com a qual em quantidade de pessoas somente competem as Folias de Reis, mesmo assim fragmentadas em número e espaço, Nossa Senhora D` Abadia, ganhou lugar privilegiado nos corações católicos uberabenses.
Hoje dá nome a um bairro todo: o Alto da Misericórdia é o Alto da Abadia. Para os antigos padroeiros ficaram duas ruas posicionadas lado a lado de seus altares, tradicionalmente instalados na Igreja Catedral.
Fruto de escolha da população, tornou-se a Padroeira de Uberaba, desde o final do século XIX. Entretanto, desde a construção da Igreja era venerada com uma festa que se tornou memorável e que , anualmente, se repete com penitentes descalços na procissão partilhada de crianças com asas de anjos e cumpridores de promessas. Tudo no mais tradicional espírito da cultura católica: coroação, sermão do Bispo ou do Arcebispo, festa de barraquinhas, com leilão e correio elegante.(Fonte: Arquivo Público ,pesquisadora Sonia Fontoura)

Licurgos de Uberaba
O conceito de cultura e espírito evoluído de nossa gente era tão vasto, nesta e em outras unidades da Federação, que o boiadeiro de Uberaba era denominado "licurgo". Por que "licurgo"?
É fácil constatar o porquê dessa designação: - ligava-se a personalidade do negociante de gado uberabense ao nome do grande legislador grego da antiguidade, que estruturou juridicamente a vida de Esparta e deu-lhe condições de se tornar uma das cidades - estado mais forte do mundo helênico, pelo fato do nosso boiadeiro ser sempre um empresário sagaz e dinâmico, a par da legislação comercial de sua época e de notável espírito progressista.
Os "licurgos" de Uberaba movimentaram-se por toda a parte e contribuíram de modo expressivo para alargar os horizontes da pecuária brasileira. Foram, sem favor, os incansáveis batalhadores que substituíram o antigo gado curraleiro, de reduzido porte e, por conseguinte, baixa produção de carne, pelo vigoroso zebu, rústico, forte e de elevada estatura.
Quando se volta ao passado a menção da ação desenvolvida pelos "licurgos" representa não somente um justo preito de admiração e reconhecimento, mas também oportunidade, para as novas gerações, de se inteirar de presença tão fecunda na vida deste município.
A verdade é que os boiadeiros desenvolveram uma atividade que ficou, para sempre, como significativa fonte de sugestão, conduzida como foi com tanto descortino, senso prático e dinamismo.
A história do empresariado uberabense apresenta capítulos admiráveis, informativos e esclarecedores para os que pretendem conhecer, com segurança, as notáveis realizações levadas avante no Sertão da Farinha Podre, daqui se irradiando para outros pontos do Brasil. (Fonte: Jornal Lavoura e Comércio - 1987, Museu do Zebu )

O que "lemos" quando lemos no computador
A Universidade de Stanford e o The Poynter Institute fizeram um estudo a que deram o nome de Stanford-Poynter Project. Queriam ficar a saber para onde as pessoas olham quando estão à frente de um computador a ler notícias. Chegaram à conclusão de que as pessoas olham primeiro para o texto e só depois para as imagens. O que é bastante interessante porque a WWW está cada vez mais cheia de animações, gráficos, vídeos, som e fotos. Este estudo não tem a ver com livros, mas pode ajudar a perceber que a leitura no computador tem realmente futuro.
Estudos anteriores sobre o comportamento dos leitores quanto a notícias impressas (as dos jornais em papel) mostravam que as imagens eram a chave de entrada para a página impressa. Agora chegou-se à conclusão de que de fato os hábitos de ler num ecrã de computador ou de ler um jornal ou revista são diferentes. Quem lê um jornal em papel está com toda a sua atenção focalizada no que está a fazer. Quem o lê no computador está ao mesmo tempo a responder a e-mails, a conversar com colegas ou a atender telefonemas. Por isso o acesso rápido à notícias é muito mais importante "online". (Fonte: CIBER-ESCRITAS Isabel.Coutinho @ Publico. PT)

Eça de Queirós - romancista de Lisboa
Há romancistas que se identificam com cidades: Balzac é o romancista de Paris, Dickens é o de Londres, Machado de Assis é o do Rio de Janeiro. Eça de Queirós é o romancista de Lisboa. Eça começa a ser romancista de Lisboa a partir de experiências que na capital portuguesa viveu: no Rossio, onde morou por algum tempo; no Largo da Abegoaria ( hoje Rafael Bordalo Pinheiro ) onde ficava o Casino Lisbonense, que abrigou as Conferências do Casino; na Travessa do Guarda-Mor ( hoje Rua do Grémio Lusitano ), onde frequentou o Cenáculo; na actual Rua da Misericórdia, onde está o Tavares em que jantou com os Vencidos da Vida; no Chiado, nos Restauradores e na Avenida, por onde Eça deambulou, quando, vivendo no estrangeiro, voltava a Portugal.
Natural é, portanto, que nos seus romances e contos, se encontrarem cenários lisboetas, descritos com alguma minúcia, num tempo em que convinha à literatura observar criticamente a realidade circundante. Daí que a Lisboa social dos relatos queirosianos nem sempre seja um lugar merecedor de elogio, sendo muitas vezes objecto de um olhar crítico, frequentemente servido pela sátira e pela caricatura. Era assim a escrita de Eça; e na sua condição de ficcionista, o autor d´Os Maias não estava obrigado a referir a cidade de forma objectiva ou absolutamente rigorosa, porque a ficção detém, de facto, o poder e a legitimidade para transfigurar a realidade sobre que se debruça, O que não impede que Eça tenha, como de facto fez, esboçado cenários lisboetas inesquecíveis, que era também o tributo de nostalgia de quem, vivendo fora do país, sentia pela pátria distante um apelo cada vez mais intenso, à medida que os anos passavam. Daí que seja possível, ainda hoje e como já tem sido feito, traçar verdadeiros trajectos queirosianos em Lisboa: os que próprio Eça trilhou e os que atribuiu às suas personagens. (Fonte: Revista Atlantis Tap Air Portugal n º 6 Novembro. Dezembro 2000)

O Portal de Acesso à Informação Geográfica para o Cidadão -GEOCID http:// geocid-snig.cnig.pt
é o portal de acesso à informação Geográfica para o Cidadão. Tem por base a informação disponibilizada através do Sistema Nacional de Informação Geográfica ( SNIG ), a primeira infra-estrutura nacional de informação geográfica na Europa e uma das primeiras em todo o mundo. Tendo sido inaugurado na Internet em 1995, como um sistema distribuído ligando os produtores de informação geográfica em Portugal, o SNIG (http://snig.cnig.pt) encontra-se presentemente na sua terceira era da cidadania.
Efetivamente, na primeira era, iniciada ainda nos anos 80, quando surgiu a noção da necessidade destas infra-estruturas, estas eram equacionadas exclusivamente como instrumentos de suporte aos sistemas de informação geográfica (SIG) e aos projetos que com eles se podiam desenvolver. Baseados então, necessariamente, em cartografia topográfica de base sobre a qual eram depois registradas e "sobrepostas" as diversas temáticas gráficas e alfanuméricas, os SIG potenciavam a exploração e a análise integrada de toda a informação que caracterizava um determinado território.
Na segunda era, assistiu-se ao alargamento dos utilizadores da informação geográfica em formato digital a largos setores do mercado profissional estranhos às áreas da cartográfica, topográfica, que passaram a explorar dados geográficos simplificados em áreas como a banca, os seguros, os transportes e a gestão de frotas rodoviárias, a proteção civil, a segurança, entre outros, sem recorrerem nem à cartografia topográfica de base, nem aos sistemas de informação geográfica propriamente ditos.
Na terceira era, o cidadão passou a ser também "cliente" da informação geográfica digitalizada criado a necessidade de se reverem conceitos, metodologias e prioridades em matéria de desenvolvimento destas infra-estruturas de informação. A entrada das infra-estruturas de informação geográfica na era da cidadania, coloca na ordem do dia a necessidade de serem desenvolvidos, com base na informação existente na rede do SNIG, conteúdos especificamente dirigidos para a educação e o ensino, para o turismo, para a participação pública em estudos de impacte ambiental e planos de ordenamento do território, entre muitas outras áreas que interessam diretamente ao cidadão.

(Fonte: - Revista de Informação & Informática )
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Coordenação: Margarida Castro
Digitação : Ana Maria Rodrigues da Silva